12 de dezembro de 2008

4. Igreja dos Mártires

A capela de Nossa Senhora dos Mártires é a mais antigo da Baixa alfacinha.
O templo, em estilo neo-barroco, é da autoria do arquitecto Reinaldo Manuel dos Santos (entre 1755-1784), sobre a antiga igreja erigida a mando de D. Afonso Henriques.
Começou por ser uma pequena ermida, iniciada no ano da conquista da cidade de Lisboa (1147), para prestar culto à sagrada imagem de Nossa Senhora dos Mártires, em memória dos soldados cristãos que morreram em combate. Em 1750, após a conclusão do restauro iniciado em 1746, a Basílica dos Mártires era uma igreja barroca com a grandiosidade que hoje ostenta. Esse templo foi destruído pelo terramoto de 1755. Situada no coração de Lisboa, aí trabalharam os melhores artistas e artífices da época, utilizando os melhores recursos disponíveis: pedra, mármores, madeiras, ferragens.
Apresentando planta longitudinal composta por nave única, com quatro capelas em cada um dos lados, inscritas em arcos plenos; cobertura em madeira em forma de berço com lunetas, e capela-mor de igual planta rectangular, o corpo central da fachada principal - avançado em relação aos laterais -, apresenta-se dividido em dois corpos separados por cornija saliente. No topo, a rematar a fachada, encontra-se um frontão triangular com um óculo de iluminação, para além de uma torre sineira na parte posterior, rasgada nas quatro faces, pinaculada nos cantos superiores e coroada por um coruchéu. De entre as obras mais importantes, salienta-se o programa ornamental de Inácio de Oliveira Bernardes, ou a pintura do tecto, devida a Pedro Alexandrino.
O interior do templo foi decorado durante esta mesma campanha e, apesar dos vários artistas envolvidos, apresenta uma coerência característica da noção de "obra total barroca". Apresenta uma ampla estrutura de gosto maneirista,que convive harmoniosamente com o programa decorativo Rococó.

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